Se você já imaginou como seria um superesportivo brasileiro, saiba que já existiu um capaz de competir de igual para igual com os modelos estrangeiros, o Brasinca 4200GT. Idealizado pelo espanhol Rigoberto Soler, que convenceu a direção da Brasinca, fábrica de carrocerias para ônibus e caminhões, a fazer um carro que tivesse desempenho semelhante a esportivos estrangeiros similares.

O Brasinca 4200GT foi desenvolvido usando estrutura em monobloco, mecânica Chevrolet e carroceria moldada em aço. O motor era seis cilindros em linha também da Chevrolet, mas recebeu carburação tripla SU inglesa e seu cambio era Clack de três tempos. O veículo fazia de 0 à 100km/h em 10,4 segundos, na primeira marcha. O que dava a impressão de velocidade infinita.

Mais conhecido como Uirapuru na época, apareceu a primeira vez em 1964 no Salão do Automóvel. Mas sua produção, que começou no mesmo ano, durou apenas alguns meses devido ao alto valor de fabricação. O que obrigou a Brasinca desistir do projeto, passando-o para a STV, Sociade Técnica de Veículos, empresa que Rigoberto Soler era diretor. Quando, em 1966, voltou a ser fabricado, até 1967, em três configurações de motor: a versão 4200, com comando original e 155 CV, a 4200 S, com comando de válvulas Iskenderian C4 e 163 CV, e a mais potente, com comando E2 e 170 CV. O Brasinca 4200 GT atingia 194 km/h de velocidade máxima.

Até 1967, foram fabricados 76 unidades, sendo duas conversíveis e até hoje é considerado o melhor esportivo inteiramente nacional.