Uma combinação de 200 tipos diferentes de matéria prima numa única mistura de química, física e engenharia, dá ao consumidor o mais alto nível de conforto, performance, eficiência, confiabilidade e segurança que a moderna tecnologia pode oferecer.

Matérias-primas

A aparência externa remete à borracha. Ninguém imagina no entanto, que o pneu fabricado para rodar por milhares de quilômetros em todos os tipos de estrada, em terrenos enlameados, pistas pedregosas, desertos e até terras geladas, possa contar com tantos e variados componentes responsáveis pelo desempenho necessário para garantir, com segurança, todas as características exigidas por esse complexo produto. Combinando perfeitamente processos e matérias primas, como borracha natural, borracha sintética, derivados de petróleo como o negro de fumo, cabos de aço, cordonéis de aço ou náilon, produtos químicos como enxofre, nasce um pneu, considerado uma das principais peças automotivas. A parcela de utilização de cada um desses itens na fabricação dos pneus varia de acordo com o uso que será dado ao produto final. Prova disso, por exemplo, é a diferença da composição entre os pneus destinados aos automóveis de passeio e pneus de caminhões de carga.

Nos compostos da banda de rodagem dos pneus de automóveis empregados predominantemente em estradas pavimentadas, a borracha sintética é preferida por suas características, em relação à borracha natural. Nos pneus de caminhões de carga empregados em múltiplas estradas, predomina a borracha natural, por sua maior resistência aos cortes e lacerações. A presença do negro de fumo ou carbono amorfo é fundamental em todos os compostos de borracha, o que confere a imprescindível resistência à abrasão e obviamente deixa o pneu preto, além do enxofre, elemento vulcanizante, somado com variados produtos químicos, catalisadores, plastificantes e cargas reforçantes.

Finalmente, o pneu se completa com sua estrutura resistente de lonas emborrachadas de cordonéis de aço, de náilon ou outros materiais como o kevlar, que são combinados numa complexa arquitetura, variável conforme a capacidade de carga requerida, conforme a velocidade de emprego e principalmente de cada tipo de aplicação, de cada veículo e de estrada.

A produção

A construção de um pneu passa por um processo produtivo bem complexo, que vai desde a preparação da borracha até a produção de itens para compor o produto final. As partes de um pneu contam com propriedades físicas e químicas diferentes. Cada detalhe é estudado para alcançar sempre o melhor desempenho. O processo de fabricação é controlado e ocorre de acordo com especificações técnicas e procedimentos pré-determinados. O objetivo é garantir aspectos como segurança, uniformidade de peso e geometria, simetria, controle de compostos de borracha, grau de vulcanização, repetibilidade do processo e rastreabilidade, entre outros.

Todos os itens têm fundamental importância na fabricação dos pneus, com destaque para a banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo), o corpo (ou carcaça) e o talão (parte do pneu que faz ligação com a roda). O talão é construído conforme especificações do diâmetro, de forma a garantir a segurança de que o pneu não se solte do aro (destalonamento), quando submetido a esforços laterais. Com especificações rígidas, o processo de construção da carcaça é responsável por aspectos importantes de dirigibilidade, como o balanceamento, geometria e simetria. Além disso, há o ombro, a parede lateral, lonas de corpo, estabilizadoras e lâminas de estanque.

Uma máquina chamada Misturador Banburry transformará estas várias matérias primas para cada composto em uma mistura homogênea com a consistência da borracha. O processo de mistura é controlado por computador para assegurar a uniformidade da mistura. Os compostos são então enviados para máquinas que irão produzir cada parte do pneu. Após isto, começa a montagem do pneu. O primeiro componente a ir para a montagem é o perfil interno (innerliner), uma borracha especial que é resistente ao ar e à penetração e que tem a forma de um tubo interno. Depois vem a lona e cinta que geralmente são feitas de poliéster e aço. Lonas e cintas dão ao pneu força e flexibilidade. As cintas são cortadas em ângulo preciso para atender as características desejadas do pneu. Fios de aço revestidos de bronze são colocados em dois arcos os quais são implantados na parede lateral do pneu para formar o talão o qual irá assegurar o perfeito assentamento do pneu no aro. A banda de rodagem e as paredes laterais são colocadas sobre as lonas e cintas e depois todas as partes são unidas firmemente. O resultado de tudo isto é chamado de INCURADO.

A última etapa é curar o pneu. O pneu INCURADO é colocado dentro de um molde e é inflado para pressioná-lo contra o molde, formando assim o desenho da banda de rodagem e as informações na lateral do pneu. Depois o pneu é aquecido à temperatura de 150 graus por 12 a 15 minutos vulcanizando-o para ligar todos os componentes e curar a borracha. Pneus maiores e Off Roas podem levar mais de um dia para curar. Todos os pneus são então inspecionados, e amostras aleatórias são retiradas da linha de produção e testadas. Algumas passam por Raios X, algumas são cortadas, outras são enviadas para testes com rodas e outras são testadas em pistas para avaliar o desempenho, maneabilidade, desgaste, tração e segurança.

FONTE: (ANIP)