Nascido em 1975, o projeto do primeiro Miura foi baseado no desenho do Nilo Laschuck, na época estudante de arquitetura. Então a Aldo Auto Capas, uma tradicional empresa gaúcha fabricante de estofamento e acessórios para automóveis, expandiu suas atividades e apresentou no Salão de Automóveis de 1975, o hatchback que saiu quase artesanalmente de sua linha de montagem.

Seu lançamento oficial foi em 1977. No interior, o Miura trazia um acabamento refinado. Seu design alongado, com frente em forma de cunha, faróis escamoteáveis por controle eletropneumático, bancos de couro e com limpadores de pára-brisa em posição de descanso abaixo da linha do capô. O volante, regulável eletricamente em altura, constituí­a outro detalhe exclusivo, mantido em todos os modelos posteriores.

O cupê baixo e longo (1,17m x 4,30m) de linhas agressivas com carroceria de plástico com fibra de vidro e mecânica (câmbio, suspensão e chassis) da VW Brasí­lia 1.600 cc refrigerada a ar, deixou este primeiro modelo bastante pesado – cerca de 900 kg para 54 cv, o que resultou num desempenho limitadíssimo para as pretensões esportivas do modelo.

Mesmo assim, fez um relativo sucesso de vendas e a pequena fábrica de 1.200 m2 e 60 funcionários expandiu seu espaço para 4.000 m2 e o dobro de empregados. Inicialmente a produção era de apenas 25 carros por mês, sendo aumentada conforme a demanda.

Em 1980 foram comercializados 600 Miuras, inclusive exportados para o mercado sul-americano. Neste ano o veículo sofreu algumas modificações de estilo. Como a sua traseira, que perdeu a terceira porta, ganhando vidro integrado na carroceria e acesso ao motor independente do habitáculo.

Em 1981 o carro deixa de ter refrigeração a ar e recebe o motor 1.6 do VW Passat TS, colocado na traseira e com radiador d’água frontal. Nascia assim o Miura MTS. Isto melhorou o desempenho, mas as limitações do chassis e suspensão antiquados penalizavam o desempenho esportivo.

Para solucionar os problemas do MTS, no Salão do Automóvel de 1982 foi lançado o modelo Miura Targa, um semiconversível inspirado no teto do Porsche 911 com mecânica do VW Passat LS. O chassi tubular projetado e construído pela própria empresa possibilitou o deslocamento do motor para frente. O peso ficou em 890 kg com o motor 1.6 e 76 cv. A suspensão dianteira passou à McPherson e a traseira com eixo rígido.

Este modelo, ainda com o perfil em cunha, marcou a grande virada da marca gaúcha no mercado de esportivos, tornando-se marca líder no segmento.

Com a abertura do mercado para os automóveis importados, somado ao elevado custo de produção em pequena escala, a empresa gaúcha Besson, Gobbi S.A. encerrou a produção de seus modelos em 1992. Segundo informações, foram fabricadas perto de 10 mil e 600 unidades, sendo que 35% foram do Miura Targa, o modelo mais vendido pela empresa.

A audácia e a criatividade de seus idealizadores,  Aldo Besson e Itelmar Gobbi, deixou marca na história dos veículos esportivos da indústria automobilística brasileira.

Modelos / Ano de Fabricação:

  • Miura Sport – 1977 a 1981
  • Miura Targa – 1982 a 1986
  • Miura Spider – 1983 a 1986
  • Miura Kabrio – 1985
  • Miura Saga – 1984 a 1988
  • Miura 787 – 1987 a 1988
  • Miura X8 – 1987 a 1990
  • Miura TopSport – 1989 a 1990
  • Miura X11 – 1990 a 1992