Há mais ou menos 10 anos atrás a Fiat surpreendia o mercado nacional de automóveis. Em 1994 era lançado uma versão turbocomprimida do seu carro mais popular, o Uno Turbo 1.4 i.e., o primeiro nacional sobrealimentado de série. Se o famoso uno 1.6R, já dava trabalho para os carros nacionais, o Turbo selou a discussão.

Com motor 1.3L ganhou turbocompressor Garrett T2 com 0,8 bar de pressão. Com isso, chegou aos 118 cv de potência a 5.750 rotações e 17,5 kgfm de torque a 3.500 giros. Era nesse patamar de rotações intermediário que a pressão soprava mais forte e ajudava a levar o hatch de 975 kg aos 100 km/h em 9,2 segundos e chegar aos 195 km/h. Tamanho reforço de cavalaria exigiu mudanças pesadas. As rodas aro 14 vestidas em pneus 185/60 abrigavam os mesmos freios do maior Tempra. A suspensão 1 centímetro mais baixa tinha amortecedores mais firmes e estabilizador dianteiro.

Por fora, nem precisava do assovio da turbina para entregar a versão. O Uno Turbo i.e. era tudo, menos discreto. Para começar, adotava para-choque frontal agressivo, com faróis de neblina integrados e grandes entradas de ar. Saia lateral e para-choque traseiro sob medida combinavam com o spoiler integrado. Adesivos completavam o pacote que ainda podia receber cores incomuns, como vermelho, verde ou amarelo. Por dentro, não era despojado como os apimentados modelos da Copa Uno. Os bancos eram envolventes, o volante de três raios era novo e o painel incluía entre seus instrumentos os indispensáveis termômetro e manômetro de óleo e de turbo.

No ano seguinte saiu a versão com ar-condicionado, acessório que fazia muita falta principalmente no verão, mas os freios ABS, que ajudariam muito, nunca foram oferecidos no Uno. O foguetinho de Betim foi produzido até 1996, mas ainda pode ser encontrado facilmente no mercado de usados.

Fonte: Revista Auto esporte