Em abril de 1984 a Volkswagen surpreendia ao lançar um carro de luxo no mercado brasileiro, o Santana. Baseado na segunda geração o Passat da Alemanha, este veículo compartilhou a plataforma B2 com o Audi 80, de 1979. Mas claramente havia diferenças entre os dois modelos, tanto no estilo quanto na tecnologia empregada.

Seu nome vem de um vento forte, quente e seco que sopra nas montanhas de Santa Ana, no sudoeste da Califórnia, proveniente do litoral. Nomes de ventos já haviam batizado outros veículos da Volkswagen, como o Scirocco e o próprio Passat.

Na parte mecânica, as suspensões eram adotados o esquema “francês” de molas, com muitos elos, beneficiando o conforto, porém diminuindo o comportamento dinâmico. Assim o Santana era mais confortável que o seu antecessor, o Passat, mas perdia na agilidade característica desse modelo. E contra os seus concorrentes, como o Chevrolet Monza, era pouca coisa mais estável, porém bem menos confortável.

Já em Abril de 1984 a VW apresentava as primeiras séries especiais: a primeira foi o Passat GTS (Grand Tourism Sport), equipado com o motor 1.8. Alcançava velocidade máxima de 152,2 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 16,9 segundos. Tinha caracterização própria, com spoilers, bancos Recaro e rodas aro 13 com pneus 185/70. Neste mesmo ano, a VW do Brasil colocava o Santana no mercado, nas versões CS (Comfort Silver), CG (Comfort Gold) e CD (Comfort Diamond).

Durante seu ciclo de vida, o Santana teve poucas melhorias na parte mecânica, mas que foram muito significativas, como adoção do motor AP, que era muito bem visto pelo mercado, motor a gasolina, nos primeiros anos ele só era vendido com motor a álcool, inclusão de cambio mais curto para melhorar o desempenho e para-choques integrais, como o modelo alemão. Novas nomenclaturas também foram utilizadas para diferenciar as versões, como C, CL, GL e GLS.

Quando chegou ao mercado, o Santana tinha como principais concorrentes o Chevrolet Monza, Ford Del Rey e Chevrolet Opala. O único capaz de concorrer com o Santana era o Monza. Ele tinha a vantagem de apresentar o motor na posição transversal, o que aliado a um entre-eixos maior garantia maior espaço e conforto aos ocupantes. Outra superioridade técnica do Monza frente ao Santana estava nos freios a disco ventilados e no desempenho nitidamente superior. Uma deficiência que a VW só foi sanar em 1990, no Santana Executivo, que passaram a ser ventilados. Mas os dois, Monza e Santana, tiveram públicos distintos, que já eram consumidores fieis das marcas. No Monza os consumidores buscavam conforto já característico da marca, enquanto que o Santana satisfazia os aqueles que procuravam uma aparência esportiva e eram fieis a Volkswagen.

No ano de 1999 houve a sua última grande reestilização, que deu uma sobre vida ao modelo. Mas em 2006, devido ao seu projeto ultrapassado não acompanhar mais os concorrentes mais modernos, o Santana foi retirado de linha. Hoje apenas a China ainda produz o modelo, tendo inclusive uma versão reestilizada, seguindo os novos conceitos da marca e com plataforma mais moderna. De acordo com revistas especializadas, esse modelo poderá desembarcar no Brasil ainda em 2013.