Em 1990, a Fiat resolveu diversificar e mudar a identidade da sua linha, lançando uma série de modelos diferentes, entre eles um esportivo. Muitas vezes, entre os primeiros desenhos ousados e o resultado final, perde-se todo o apelo “revolucionário” das propostas iniciais. Não foi o caso do Coupé. O Coupé foi lançado em março de 94 no salão de Genève, e chegou aos revendedores em maio daquele ano.

Chris Bangle já era famoso antes mesmo de desenhar modelos da BMW. Antes de entrar para a marca alemã, o designer trabalhou para o Centro de Estilo da Fiat, onde ganhou créditos por desenhar o estiloso Coupé. O estilo era matador: as formas lembravam as Ferrari do período, só que tudo por uma fração do preço. Não havia a mesma sofisticação mecânica dos modelos de Maranello e foi-se a época em que ambas marcas compartilhavam mecânica, mais para alguns, isso pouco importava.

Na Europa, havia mais opções de motorização, de um singelo 1.8 16V de 128 cv a um esquentado 2.0 16V turbo de 190 cv. Mas quando chegou ao Brasil em 1995, o Coupé investiu apenas na versão aspirada do último. Com 137 cv de potência e 18,4 kgfm de torque e câmbio manual de cinco marchas (a mesma mecânica do Tipo 2.0 16V), o esportivo não era tão esportivo quanto suas linhas levavam a crer. O zero a 100 km/h era cumprido em 9,3 segundos e a velocidade máxima chegava aos 206 km/h, segundo dados oficiais. O interior tinha espaço bom para dois adultos na dianteira e duas crianças na traseira, além da atmosfera desenhada pela Pininfarina, responsável também pela produção em pequena escala do modelo.

A Fiat importou para a diretoria alguns exemplares do modelo Turbo, com direito a diferencial de deslizamento limitado. O modelo mais brabo ainda receberia uma versão com o motor cinco cilindros introduzido pelo Marea com 20 válvulas e 220 cv. Tudo isso passou longe do Brasil. O Fiat Coupé foi importado até 1997 em uma tiragem total de 1.124 carros. Não é raro encontrar um desses com escudos da Ferrari, prova de que imagem pode ser tudo.